sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Dos Hinos à noite

Agora sei quando virá a última manhã – quando a luz não espantar mais a noite e o amor – quando o sono não tiver despertar, mas for apenas um sonho contínuo. Sinto em mim uma exaustão celestial. Longa e fatigante foi minha peregrinação ao túmulo sagrado e esmagadora foi a cruz. A onda cristalina, que, imperceptível ao senso comum, emerge do âmago escuro da colina contra cujos pés irrompe o dilúvio: aquele que provou dela, que permaneceu no alto da montanha e olhou para a terra prometida, para a morada da noite, não retornará mais ao tumulto do mundo, à terra onde reside a luz, em sua constante inquietação.
 
Novalis (tentativa de tradução a quatro mãos: as minhas e as de meu pai)
 
(Caspar David Friedrich, O viajante sobre o mar de névoa)
 

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