segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Wheel of time





(Escrito, dirigido e narrado por Werner Herzog)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sobre alface e poesia

Um dia em Nova York encontrei uma estudiosa budista e contei a ela a respeito da minha prática de atenção plena* na horta. Tenho prazer em cultivar alfaces, tomates e outras verduras e gosto de me dedicar à jardinagem todos os dias. Ela disse: “Não devia gastar seu tempo plantando verduras. Você deveria é gastar mais tempo escrevendo poemas. Seus poemas são muito bonitos. Qualquer um pode plantar alface, mas nem todos podem escrever poemas como os seus”. Eu disse a ela: “Se eu não plantar alfaces, não poderei escrever poemas”.

 (The pocket Thich Nhat Hanh**. Compilado e editado por Melvin McLeod. Shambhala Publications, 2012. A tradução do trecho é minha)

(Martin Luther King e Thich Nhat Hanh)

* Atenção plena: técnica oriunda da meditação budista, aprimorada por Thich Nhat Hanh.
** Thich Nhat Hanh (Vietnã, 1926- ) é monge budista e escritor. Foi um dos iniciadores do chamado Budismo Engajado quando, por ocasião da Guerra do Vietnã, se discutia se os monges deveriam restringir seu trabalho ao aspecto espiritual ou se ajudariam as vítimas da guerra também em termos práticos. Thich Nhat Hanh criou uma organização de apoio às pessoas desabrigadas das aldeias destruídas, reassentando famílias, construindo escolas, centros médicos e cooperativas agrícolas, além de fundar uma universidade e uma editora. Em 1966, em visita aos Estados Unidos, convenceu Martin Luther King a se manifestar publicamente contra a guerra. Foi então proibido de voltar ao seu país.
   

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

De Cabral para Drummond

Difícil ser funcionário

Difícil ser funcionário
Nesta segunda-feira.
Eu te telefono, Carlos
Pedindo conselho.

Não é lá fora o dia
Que me deixa assim,
Cinemas, avenidas,
E outros não-fazeres.

É a dor das coisas,
O luto desta mesa;
É o regimento proibindo
Assovios, versos, flores.

Eu nunca suspeitara
Tanta roupa preta;
Tão pouco essas palavras —
Funcionárias, sem amor.

Carlos, há uma máquina
Que nunca escreve cartas;
Há uma garrafa de tinta
Que nunca bebeu álcool.

E os arquivos, Carlos,
As caixas de papéis:
Túmulos para todos
Os tamanhos de meu corpo.

Não me sinto correto
De gravata de cor,
E na cabeça uma moça
Em forma de lembrança

Não encontro a palavra
Que diga a esses móveis.
Se os pudesse encarar...
Fazer seu nojo meu...

Carlos, dessa náusea
Como colher a flor?
Eu te telefono, Carlos,
Pedindo conselho.


(João Cabral de Melo Neto)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A felicidade a partir de uma perspectiva budista






Matthieu Ricard nasceu em 1946, filho do filósofo francês Jean-François Revel, com quem escreveu o bestseller traduzido para mais de vinte idiomas O monge e o filósofo. Foi pesquisador em genética celular da equipe do laureado cientista François Jacob antes de mudar-se para o Himalaia e tornar-se monge budista, há mais de 35 anos. É fotógrafo, autor de vários livros, inclusive The quantum and the lotus com o astrofísico Trinh Xuan Thuan, e tradutor do Dalai Lama. Participa ativamente das pesquisas sobre o efeito da meditação no cérebro, especialmente no programa do Mind and Life Institute, e contribui para projetos humanitários no Nepal, onde mora.

(da orelha de Felicidade: a prática do bem-estar. Trad. Arnaldo Bassoli. São Paulo, Palas Athena, 2007)